domingo, 4 de outubro de 2015

6 – Gabriel Tarde (1843 – 1904) Teoria da imitação – Psicossociologia


Tarde reduziu os fenômenos sociais a processos mentais, principalmente à imitação, que teria sua origem na invenção. Esta produtora das transformações sociais, seria individual, dependo de poucos, enquanto a imitação, coletiva, necessitando sempre de mais de uma pessoa. Assim, o processo social caracteriza-se pela 'invenção' de poucos e 'imitação' de mitos.

Portanto, para o sociólogo francês Gabriel Tarde, não há vida social sem imitação. Na sua definição, sociedade é "uma coleção de seres com tendência a se imitarem entre si, ou que, sem se imitarem, atualmente se parecem, e suas qualidades comuns são cópias antigas de um mesmo modelo." 
Tarde vai além, de forma bem clara: "nós imitamos os outros a cada instante, a não se que nós inovemos, o que é raro." Muito raro: "pois nossas inovações são em sua maior parte combinações de exemplos anteriores" e "permanecem estranhas à vida social se não forem imitadas."

Para ele não há outra realidade senão a existência de consciências individuais. Os indivíduos, por sua vez, não se unem uns aos outros senão a partir do momento em que adotam um modelo de referência e imitam esse modelo. Esta imitação não se faz sem resistência, sem oposição; mas é ela que permite a adaptação social, a vida em sociedade, o liame social.

A obra de Tarde vem sendo objeto de reedições e comentários, pois sua temática, ao discutir a imitação, a invenção, o público, as multidões e os meios de comunicação, mostra-se de uma atualidade contundente, aportando paradigmas plenamente válidos, como ferramentas a serviço daqueles a quem cabe interpretar a realidade, o direito e a sociedade.

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