domingo, 4 de outubro de 2015

7 – Emile Durkhiem (1858 – 1917) – Realismo Sociológico


Durkheim assistiu e participou de acontecimentos marcantes e que podemos notar diretamente em sua obra, pelas conseqüências diretas da derrota francesa e das dívidas humilhantes da guerra, e por uma série de medidas de ordem política.

Vivenciou em momento de crises econômicas, onde provocaram conflitos entre as classes trabalhadoras e os proprietários dos meios de produção, influenciando assim, sua afirmação de que os problemas da sociedade européia eram "morais" e não econômicos, acontecendo freqüentemente devido à fragilidade da época.

Desenvolveu um método próprio para seus estudos, incluindo o suicídio, devido ao enorme índice constatado por ele. Acreditava também, que os seus estudos pudessem ajudar a sociedade futuramente.

Ele parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.

A sociedade não seria simplesmente a realização da natureza humana, mas, ao contrário, aquilo que é considerado natureza humana é, na verdade, produto da própria sociedade. Os fenômenos sociais são considerados por Durkheim como exteriores aos indivíduos, e devem ser conhecidos não por meio psicológico, pela busca das razões internas aos indivíduos, mas sim externamente a ele na própria sociedade e na interação dos fatos sociais. Fazendo uma analogia com a biologia, a vida, para Durkheim, seria uma síntese, um todo maior do que a soma das partes, da mesma forma que a sociedade é uma síntese de indivíduos que produz fenômenos diferentes dos que ocorrem nas consciências individuais (isto justificaria a diferença entre a sociologia e a psicologia).
Para Durkheim, os fatos sociais possuem uma realidade objetiva e, portanto, são passíveis de observação externa. Devem, desta forma, ser tratados como "coisas".

Características dos fatos Sociais:

Generalidade: é a comunhão no pensar, agir e sentir de um grupo de pessoas. Todos tem os 'mesmos' comportamentos, seguem os mesmos parâmetros e limites.

Exterioridade: é aquele fato que este intrínseco no indivíduo. Mesmo que o indivíduo queira roubar, matar ou cometer qualquer ato ilícito, ele não o fará, mas não por que está proibido pela lei para tais atos, mas por estar acima de sua vontade o limite do que pode ou não ser feito.

Coercitividade: É a obrigação do indivíduo a seguir determinada orientação, conceito ou norma já preestabelecida pela sociedade (Estado).

Durkheim inverte a visão filosófica de que a sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. que balizam a conduta do indivíduo na sociedade. Portanto, o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.

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